"Existo onde não penso"
Sigmund Freud

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Hipocrisia



Não adianta viver de máscaras. 
É melhor passar pela dor do autoconfronto, se conscientizar das suas faltas e se tornar uma pessoa melhor, do que fantasiar ser o que não é, e se frustrar.

terça-feira, 23 de setembro de 2014

O Inconsciente Freudiano




Para falarmos do inconsciente, primeiramente devemos destacar que Freud em sua primeira tópica, dividiu em três níveis a mente humana. Foi assim definida por Freud a divisão topográfica da mente:

  1. - Consciente - diz respeito à capacidade de ter percepção dos sentimentos, pensamentos, lembranças e fantasias do momento;
  2. - Pré-consciente - relaciona-se com os conteúdos que podem facilmente chegar à consciência;
  3. - Inconsciente - refere-se ao material não disponível à consciência ou ao escrutínio do indivíduo.

No entanto, o ponto nuclear da abordagem psicanalítica de Freud é a convicção da existência do inconsciente como:
a) Um receptáculo de lembranças traumáticas reprimidas;
b) Um reservatório de impulsos que constituem fonte de ansiedade, por serem socialmente ou eticamente inaceitáveis para o indivíduo.

A perspectiva psicanalítica de Freud surgiu no início do século XX, dando especial importância às forças inconscientes que motivam o comportamento humano. Para Freud o sujeito é um ser desejante, e são esses desejos que o movem. Todos esses desejos ficam alojados no inconsciente, nas profundezas da mente humana. 

A psicanálise descreve uma gama de motivos, estados e processos mentais dos quais as pessoas não estão a par, e dos quais elas só podem se dar conta quando estes vem à consciência. Desta forma, Freud assumia que os conteúdos inconscientes, apenas se encontravam disponíveis para a consciência, de forma disfarçada (através de sonhos, chistes e atos falhos por exemplo).

A maior prova do inconsciente são os atos falhos (falas ou comportamentos executados "por engano" pelo próprio sujeito). Se tudo estivesse na nossa consciência, jamais cometeríamos erros. Pois teríamos o pleno poder de tudo o que se passaria em nossa mente. Só que não é bem assim...

Quantas vezes cometemos a gafe de trocar o nome de uma pessoa e ficarmos em uma situação constrangedora? Ou então, ficamos perturbados por aquele sonho enigmático, mas que no fundo você sente que aquilo tudo tem um sentido, mas não faz menor ideia do que seja! Ou quantas vezes ouvimos uma piada e percebemos que aquela pessoa está falando dela mesmo sem perceber? Pois é, estas são algumas situações em que o inconsciente está em ação.

O inconsciente jamais poderá se manifestar de forma clara e completa. Ele abriga justamente todos os nossos desejos que foram recalcados, por não serem suportáveis. Freud explica isso melhor em sua segunda tópica ao introduzir os conceitos de:

Id - sede dos nossos desejos e pulsões inconscientes, regrado pelo princípio do prazer, é egoísta e não respeita limites e regras. Instância psíquica totalmente inconsciente.
Superego - instância psíquica reguladora, tem a função de conter os impulsos do Id. Suas regras sociais e morais não nascem com a gente: nós a aprendemos na sociedade para que possamos conviver nela corretamente. Pode ser tanto consciente como também inconsciente.
Ego - instância psíquica tanto consciente como também inconsciente, é comandada pelo “princípio da realidade”, essa parte é aquela que mostramos aos outros. Fortalecido pela razão, o ego está “preso” entre os desejos do id, tentando encontrar um jeito adequadode realizá-los e as regras ditadas pelo superego.


O Id, sede de nossos desejos e pulsões inconscientes, vem com toda força querer realizar seus desejos e é contido pelo Superego com todas suas regras morais e sociais. O Ego entra em ação mediando entre os dois.
Um Ego frágil é aquele que tende a pender mais para uma instância do que para outra, e isto é prejudicial para o sujeito. 
 - A flexibilidade sempre será sinal de saúde para o sujeito.

Outro atributo do inconsciente dito por Freud é o de sua atemporalidade. O que isto quer dizer? Freud em sua clínica viu que mesmo passado muito tempo, seus pacientes traziam questões infantis vividas nos primeiros momentos de suas vidas. Logo chegou à conclusão de que o inconsciente está fora de qualquer lógica temporal. Ele retorna à mente de forma disfarçada, "o retorno do recalcado", retornando como já foi dito, através de sonhos, sintomas, atos falhos e fantasias oníricas diurnas.

Freud, baseado na sua experiência clínica, acreditava que a fonte das perturbações emocionais residia nas experiências traumáticas reprimidas nos primeiros anos de vida. Neste sentido, Freud desenvolveu a psicanálise, uma abordagem terapêutica que tem por objetivo dar a conhecer às pessoas os seus próprios conflitos emocionais inconscientes. Freud acreditava que a personalidade forma-se nos primeiros anos de vida, quando as crianças lidam com os conflitos entre os impulsos biológicos inatos, ligados às pulsões e às exigências da sociedade.

Este é o "inconsciente da psicanálise" e o seu objeto de estudo. É aquele que está abaixo da superficialidade da consciência, onde o sujeito é muito mais do que aparenta ser. 

Como Freud diz: "existo onde não penso". Ou seja, no próprio inconsciente.